terça-feira, 29 de abril de 2014

Kailash Trail Run - O retorno as montanhas

Release.
 
Entre os anos de 2006 a 2008 estive disputando várias corridas do circuito brasileiro de montanha onde tive a felicidade de ser tri campeão da meia maratona noturna de Extrema-MG e também de ser vice campeão brasileiro na categoria geral/elite em 2007, porém a partir de 2009 direcionei meus esforços para outras competições é até cheguei a fazer provas de corrida off road mas nada que fosse de verdade uma corrida de montanha porém meus planos mudaram novamente é no final de semana passado fiz minha reestreia.
Dia 26 de abril estive em Passa Quatro/MG disputando a primeira edição da Kailash Trail Run corrida de montanha que seguiu a risca os padrões internacionais no quesito organização e grau de dificuldade do circuito, eu disputei a prova na distância maior de 30km e nela tivemos que escalar duas altas montanhas, o pico Capim Amarelo com seus 2500 metros de altitude é o Pico Tijuco Preto com 2350 metros de altitude, ao todo na minha prova tivemos um desnível positivo acumulado de mais de 2200 metros, a média de inclinação do percurso em sua distãncia total era maior que 17%, qualquer palavra que eu usar para classificar a dificuldade em vencer estas duas montanhas não será suficiente para tentar explicar o que realmente passamos.
Além da extrema dificuldade do circuito tive que encarar os melhores corredores de montanha do Brasil, atletas experientes e muitos com extensa bagagem internacional, porém aceitei o desafio e fui com a certeza de que poderia fazer uma prova boa mesmo estando fora do circuito de corridas de montanha ha 6 anos.
Durante minha viagem para o Sul de Minas Gerais tracei uma meta, tentaria ficar com os lideres até a metade do percurso só depois se ainda tivesse pernas iria tentar uma colocação melhor.
A largada dos 30km aconteceu pouco depois das 11 horas, apenas o 1ºkm tínhamos condições de realmente correr pois este trecho eram em uma estreita estrada de terra, lá fui eu com o pelotão de frente, quando assustei estava só eu e mais 5 atletas, começamos a subir é rapidamente ficamos eu é apenas mais um, olhei para o GPS, km 2... não pensei duas vezes e mudei meus planos, apertei o passo entrei na mata densa e lá fui eu em uma escalada solo com a cara a coragem e muito desejo de sair da montanha como o campeão, de repente a montanha mostrou suas credenciais, trechos extremamente íngremes, raízes, árvores caídas cipó e cordas para ajudar nas escaladas e paredões de pedra com 50% de inclinação pra quem olhava de baixo para cima parecia que seria um trecho intransponível mas lá fomos nós tentar alcançar o cume.
Completei a primeira montanha em primeiro, em locais de altitude elevada o clima muda a todo momento, logo que eu sai da mata fechada estava muito calor, alguns metros antes do cume veio uma nuvem e com ela um frio intenso, apertei mais o passo para descer logo e assim sair daquela situação pois mesmo carregando na mochila materiais para situações adversas como os vários equipamentos obrigatórios tipo jaqueta corta vento, luva, gorro e pernito sentir frio era a opção que eu não queria, no alto da montanha fui informado pelos fiscais que eu havia aberto uma distância considerável para o segundo colocado, mas como na montanha 5,10 minutos não são uma diferença tão grande continuei focado, demorei 01:09:00 para chegar no alto desta montanha, até lá eram apenas 6.5kms
Fis a primeira perna da prova, passei pelo ponto onde largamos e fui para a segunda montanha, pensei que esta seria um pouco mais fácil pois o desafio que havia ficado para trás com certeza minou as pernas de todos os corredores mas para minha surpresa o pior estava por vir, o Tijuco Preto (nome da segunda montanha) era mais inclinada e com um piso muito pior para se escalar, conheci um novo padrão de sofrimento esportivo, meu corpo todo estava doendo, meu coração batia tão forte no peito que parecia mais um soco de dentro para fora, o esgotamento físico já era certo até que eu alcancei o segundo cume é aquela vista maravilhosa do cair da tarde em alta montanha me deu um gás extra para enfrentar a última descida que também não era nada fácil, na verdade eu não sabia o que era mais complicado subir ou descer as íngremes montanhas da Mantiqueira.
No final venci, além de mim todos os organizadores atletas e pessoas que acompanhavam a prova ficaram surpresos com este resultado pois nem todos me conheciam é também tínhamos corredores experientes na disputa, acho que a única pessoa que não ficou surpresa foi minha esposa Ana Paula pois ela um pouco antes da largada me disse "Você vai se surpreender com seu resultado hoje" depois que assumi a liderança não esqueci destas palavras um só minuto.
Bom após apresentar novamente minhas credenciais volto minha atenção para o mundial de duathlon que disputarei dia 01 de junho na cidade de Pontevedra na Espanha para terminar a pereparação farei uma séria de corridas curtas neste mês de maio como a Night Run do Clube Dom Pedro II e também a segunda etapa do campeonato carioca de duathlon, quero uma medalha no mundial é para isso não vou medir esforços.
Um agradecimento especial para o amigo e também atleta Robson de Azevedo Carvalho que esteve também em Passa Quatro, ele foi até um ponto muito alto da primeira montanha somente para gritar pra mim palavras de incentivo e também passar informações do que eu ainda iria encontrar na montanha bem como informações dos meus adversários que vinham atrás, este tipo de apoio e fundamental para um bom resultado final na disputa, tenho que agrdecer também aos meus patrocinadores por acreditarem em meu potencial são eles, Clube Recreativo Dom Pedro II, Unimed Conselheiro Lafaiete, Plastipel Embalagens, CHB, Motorex, Tênis Skechers, Renan Arnoni Stúdio Personal e Essenciale Farmácia. 

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